Radiologia

Breve história da radiologia no Brasil (Parte 3)

Fonte: http://conter.gov.br

Em 1951, o HC de São Paulo cria o curso técnico Raphael de Barros, o primeiro a formar técnicos em Radiologia no Brasil

No final dos anos 1940, depois de tantas evidências sobre a complexidade da tecnologia radiológica, os governos e gestores dos estabelecimentos de saúde se convencem da necessidade de constituir uma formação mais completa para os operadores de raios X. Além de saber a técnica e entender sobre radioproteção, o profissional deveria ter uma formação social adequada, para atender os pacientes com humanidade. Nasce a figura do Técnico em Radiologia.

O primeiro curso técnico em Radiologia teve início em março de 1951, com cinquenta alunos, no Hospital das Clínicas de São Paulo. Era popularmente conhecido como curso técnico Raphael de Barros, em homenagem ao doutor que foi patrono da iniciativa.

O primeiro ano do curso foi de aulas teóricas e o segundo, composto por aulas práticas e estágio curricular. Terminou em novembro de 1952. Os alunos foram certificados no dia 18 de agosto de 1954.

Durante o curso, foi promulgada a primeira legislação que conferia direitos especiais aos profissionais das técnicas radiológicas, a Lei n.º 1.234/50, que ficou conhecida na época como “lei de proteção ao radiologista”.

O curso do HC de São Paulo existe até hoje, no mesmo lugar, com a mesma excelência. Ex-alunos se tornaram mestres, professores e ajudam a formar, em média, cinquenta novos profissionais por ano.

Antes da criação do primeiro curso, até o final dos anos 1940, para exercer a profissão de Operador de raios X, era necessário passar, apenas, por avaliações de Anatomia e Física. Não havia um curso formal, os trabalhadores aprendiam na prática, uns com os outros. Infelizmente, por falta de formação e informação, milhares deles desenvolveram doenças ocupacionais graves ou pagaram com a própria vida pela exposição excessiva à radiação ionizante.

Após a consolidação dos primeiros cursos técnicos em Radiologia no Brasil, nos anos 1950 e 60, os profissionais da área começaram a se organizar e produzir conhecimento científico. Nas praças, nas conversas de bar, os trabalhadores se reuniam para contar sobre o seu dia a dia de trabalho, sobre as experiências nos laboratórios e salas de exames. A nova profissão empolgava e despertava a curiosidade geral das pessoas.

A maioria dos livros da época era estrangeiro. Antes de estudar, os técnicos em Radiologia precisavam se encorajar juntos para traduzir as obras. O esforço daqueles que sabiam outras línguas, como o inglês e o francês, permitia a democratização do conhecimento entre a imensa maioria, que não tinha a oportunidade de conhecer outros idiomas.

Na medida em que assimilavam novas teorias e práticas, os técnicos em Radiologia perceberam que precisavam começar a sistematizar esse conhecimento e se organizar socialmente. A profissão crescia, e precisava de arranjos produtivos. Como consequência dessa causa, começaram a surgir as primeiras sociedades científicas da classe.

A primeira foi a Associação de Tecnologia em Radiologia do Estado de São Paulo (Atresp), fundada em 1º de outubro de 1952, durante o curso técnico Raphael de Barros, pelo profissional Walter Fonseca Braga, com a ajuda das estudantes Alzira dos Santos Nascimento, Laura Zuvella, Mercedes Ignácio e Aristides Negretti. Além dos profissionais da Radiologia, a Atresp representava os técnicos em Fisioterapia. Em 1962, as categorias resolveram se separar e seguir caminhos diferentes.

Depois de São Paulo, os técnicos do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia também fundaram sociedades científicas. Juntos, os profissionais brasileiros realizaram o 1º Congresso Nacional de Técnicos em Radiologia, em 1965, no Rio de Janeiro.

Essas organizações ajudaram a consolidar e defender os rasos direitos sociais que os profissionais da época conseguiram conquistar. Foram anos intensos, em que o senso comum, pouco a pouco, passou a dar lugar ao conhecimento científico sobre a radiação ionizante, seus benefícios e sua nocividade. Os acidentes e doenças ocupacionais diminuíram e começaram a dar lugar aos conceitos de radioproteção que amadurecemos até hoje.


Breve história da radiologia no Brasil (Parte 1)

Fonte: http://conter.gov.br

Em 8 de novembro de 1895, o físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen (1845 – 1923) produziu radiação electromagnética nos comprimentos de onda correspondentes aos atualmente chamados raios X. O episódio ficou registrado como a descoberta oficial da radiação ionizante.

Poucos anos mais tarde, encantados com a possibilidade de enxergar os pacientes por dentro, médicos do mundo todo adotam a tecnologia nos tratamentos de saúde e operações. Inclusive, no Brasil, que sempre esteve intimamente ligado com as descobertas da Radiologia.

A origem da Radiologia no país tem mais de uma versão oficial. Hoje, a gente vai contar sob o olhar do pioneiro Aristides Negretti, de 88 anos. Ele foi aluno no primeiro curso de técnicos em Radiologia do Brasil, fundado no Hospital das Clínicas de SP, em 1951. O curso, que no início se chamava “Curso Técnico Raphael de Barros”, existe até hoje e forma 50 profissionais por ano.

“Em 1897, o professor Alfredo Brito (1863 – 1909) realizou, na Bahia, a primeira radiografia no campo de batalha, durante a Guerra de Canudos, para localizar projeteis de arma de fogo nos combatentes. Foram realizadas 98 radiografias e radioscopias em 70 feridos”, conta Aristides.

Segundo Negretti, no mesmo ano, um comerciante rico de Recife importou um aparelho para fazer, em suas festas, radioscopias das mãos das senhoras da sociedade local. Naquela época, o domínio da radiação ionizante se denotava como um elemento de poder.

A realização da primeira radiografia no Brasil é atribuída a diferentes pesquisadores. Não há consenso absoluto, algumas versões se desdobraram ao longo do tempo. Cronologicamente, todos os trabalhos estão muito próximos. Por isso, é difícil definir quem foi o primeiro radiologista a ter a honra do feito.

A maioria da academia brasileira considera que a primeira radiografia foi feita por Alfredo Brito, na Bahia. Mas há quem diga que Silva Ramos inaugurou a tecnologia, em São Paulo. Outras correntes argumentam que os experimentos de Francisco Pereira Neves se deram antes, no Rio de Janeiro. Há até quem diga que antes de tudo isso os físicos do Pará largaram na frente, com experimentos bastante inovadores.

Verdade seja dita, inobstante quem foi o primeiro, é necessário reconhecer que o Brasil está na vanguarda da ciência radiológica. Independente de todas as dificuldades de comunicação e transportes da época, os pesquisadores brasileiros estudaram, viajaram e ajudaram a desenvolver a tecnologia logo nos seus primeiros anos.

A cidade de Formiga, em Minas Gerais, recebeu o primeiro aparelho de Radiologia instalado no interior do Brasil. Quem trouxe o equipamento foi o doutor Carlos Ferreira Pires, no final do século 19. Era uma máquina da Siemens, bastante rudimentar, com bobinas de 70 centímetros e tubos tipo Crookes. Naquela época, a cidade não tinha energia elétrica, era necessário usar pilhas, baterias ou combustíveis fósseis para fazer tudo funcionar.

É necessário fazer um destaque especial. Em 1896, o radiologista Álvaro Alvim foi para a França, onde se especializou em física médica e trabalhou diretamente com Marie Curie. De Paris, doutor Alvim trouxe os equipamentos para atender as pessoas e tecnologias que auxiliaram na formação dos primeiros Operadores de raios X brasileiros.

Da figura do Operador, nasceu o que conhecemos hoje como Técnicos e Tecnólogos em Radiologia.

 


Breve história da radiologia no Brasil (Parte 2)

Fonte: http://conter.gov.br

Na década de 30, quando a tuberculose matava por falta de diagnóstico, especialista brasileiro desenvolve exame de imagem para detectar a doença nas fases iniciais

Dos anos 1920 aos 50, a Radiologia entrou em uma nova fase de desenvolvimento no Brasil. Depois de os primeiros médicos e pesquisadores que se especializaram na Europa voltarem ao país, trazendo  equipamentos radiológicos da época, teve início um intenso processo de aprendizagem e disseminação da tecnologia.

Encantados com a possibilidade de enxergar os pacientes por dentro, médicos do interior de todas as regiões do país passaram a adquirir essas máquinas de raios X, para aparelhar seus estabelecimentos de saúde. Foi uma verdadeira febre radiológica.

Como os donos dos consultórios não dominavam a tecnologia, mandavam funcionários, filhos ou sobrinhos para aprender a operar o equipamento na capital, aqueles trazidos pelos precursores. Esses moços saíam de suas cidades sem profissão, e voltavam como Operadores de raios X diplomados.

“Meu tio era médico, comprou um equipamento de raios X e me mandou para estudar a nova tecnologia. Aprendi a profissão e voltei para ensinar a ele. Depois disso, participei da formação de muitos outros médicos, com quem também aprendi muito. Nós absorvemos a ciência e ajudamos a retroalimentar a cadeia do conhecimento. Nossa classe desempenha um papel muito importante na história dessa ciência”, conta Jenner Moraes, o primeiro presidente do CONTER.

Essa é a história de centenas de profissionais das técnicas radiológicas. No Hospital das Clínicas de São Paulo, não há uma pessoa sequer que não conheça Aristides Negretti, aluno da primeira turma de técnicos em Radiologia do Brasil, considerado pelos especialistas que administram o hospital hoje como um mestre além de seu tempo.

Hoje em dia, como sempre, os profissionais das técnicas radiológicas ensinam e aprendem, sempre no intuito de levar ao próximo o benefício de um dos maiores conhecimentos que a humanidade teve o prazer de teorizar: os raios X.

Em vários momentos, o Brasil se torna protagonista da história da Radiologia. No ano de 1936, o médico Manuel Dias de Abreu (1894-1962) ganhou destaque internacional ao propor um método rápido e barato de realizar exames do tórax, o que facilitou bastante o tratamento de doenças pulmonares.

Abreu batizou a técnica de Rontgenfluorografia (fotografia de raios X), em homenagem a Wilhelm Conrad Röntgen. Entretanto, em 1939, no I Congresso Nacional de Tuberculose no Rio de Janeiro, foi popularizado o termo “Abreugrafia”, em homenagem a esse importante pioneiro.

Bem, naquela época, o diagnóstico da tuberculose em estágio avançado estava vitimando as pessoas e despertou em Manoel de Abreu o interesse de estudar a doença em estado inicial, para ver se reduzia o índice de mortes.

Mas, isso só seria possível se houvesse uma drástica redução no custo do exame. Na década de 30, com a invenção do Écran de Tungstato de Cálcio, as condições se tornaram viáveis.

A Abreugrafia era um exame que consistia em fotografar a tela de uma radiografia de tórax, em filmes de 35 ou 70 mm. O custo do diagnóstico caiu, uma vez que o filme fotográfico era mais barato que as tradicionais chapas radiográficas da época.

Um ano após conseguir bolar a ideia, Abreu construiu o primeiro aparelho para realização de exames torácicos na “Casa Lohner” (RJ). A máquina foi produzida pela filial da Siemens, uma das primeiras empresas do mundo a desenvolver e investir em equipamentos de raios X. Na mesma ocasião, foi inaugurado o primeiro serviço de cadastro torácico, em 1937.

O inventor da Abreugrafia se formou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1913). Depois, resolveu aperfeiçoar seus conhecimentos na Europa, onde passou por diversos hospitais franceses chegando, inclusive, a dirigir o Serviço de Radiologia da Santa Casa de Paris (1916).

Por sua contribuição à Medicina, Manuel Dias de Abreu foi indicado ao Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina, em 1946. Em 30 de janeiro 1962, veio a falecer, vítima de câncer no pulmão. Em homenagem ao médico, em 4 de janeiro, se comemora o Dia da Abreugrafia.

Por conta da evolução tecnológica, das taxas de dose empregadas e as limitações da técnica, a Abreugrafia acabou caindo em desuso há várias décadas.


Radiologia: carreira e curso

Fonte: Guia da carreira

http://www.pronatec2015.com/wp-content/uploads/2016/11/T%C3%A9cnico-em-Radiologia.jpg

A carreira de técnico em Radiologia

O técnico em Radiologia tem como principal atividade preparar e operar equipamentos de diagnóstico por imagem.

Estes equipamentos são fundamentais na medicina moderna, pois garantem um auxílio extra para os médicos, que podem detectar doenças através das imagens de estruturas internas do organismo.

A preparação do ambiente para a realização do exame envolve o preparo de soluções químicas, a utilização de meios de contrastes radiológicos e a observação das normas de radioproteção. Também faz parte do trabalho deste profissional a preparação do paciente para exames como: mamografia, radiografia convencional, ressonância magnética e tomografia, entre outros.

Além da medicina, estes equipamentos são utilizados na área industrial e engenharia. Eles podem, por exemplo, rastrear tubulações e estruturas metálicas que estão escondidas sob o concreto.

O curso técnico em Radiologia

O curso técnico em Radiologia possui disciplinas voltadas para as áreas de Ciências biológicas, Exatas e Humanas. O curso é focado na área médica, por este motivo o aluno aprende também sobre Fisiologia e Anatomia.

Esta formação prepara profissionais técnicos de nível médio para, principalmente,, utilizar máquinas. O aluno do curso técnico em Radiologia aprende sobre o funcionamento dos equipamentos em aulas práticas e possui disciplinas sobre a física das radiações.

Existem também disciplinas voltadas para o lado humano, como a interação com o paciente e algumas noções de enfermagem.

Como a Radiologia envolve certos riscos devido à exposição de radiação, os estudantes são instruídos sobre os cuidados que devem ser tomados, com disciplinas como Radioproteção, Biossegurança e Legislação Radiológica. Estes cuidados visam à segurança dos pacientes e também do profissional que opera os equipamentos.

Curso Técnico ou Tecnólogo em Radiologia?

Outra opção de formação na área de Radiologia é o curso tecnológico, com duração média de 3 anos.

Enquanto o curso técnico em Radiologia é mais rápido e possui um enfoque bastante prático, o curso tecnológico é um pouco mais aprofundado e apresenta algumas disciplinas adicionais sobre a gestão dos serviços radiológicos.

O curso técnico é considerado de nível médio, já o curso tecnológico é considerado como grau superior e é possível realizar cursos de especialização e pós-graduação após o término do curso.

Mercado de trabalho para um técnico em radiologia

Há uma crescente demanda no mercado de trabalho por profissionais técnicos em radiologia, principalmente por causa do avanço da medicina e da popularização dos planos médicos e de saúde.

Existem ofertas de emprego para estes profissionais em:

  • Hospitais
  • Clínicas de Radiologia
  • Clínicas de Diagnóstico por Imagem
  • Laboratórios
  • Ambulatórios
  • Indústrias de Equipamentos Radiológicos
  • Centros de Pesquisa
  • Clínicas Odontológicas

O técnico em radiologia também encontra oportunidades de emprego junto a órgãos fiscalizadores, operando equipamentos para detectar armas, drogas ou substâncias perigosas em portos, aeroportos e aduanas.

A indústria alimentícia é outro setor que emprega este profissional. Alguns processos radiológicos são utilizados na esterilização, pasteurização e conservação dos alimentos.


Parcerias e convênios

Política de Bolsas de estudos

Aumentou o número de empresas conveniadas e/ou parceiras do CENIB que incluem benefícios em forma de descontos em todos os cursos para os seus funcionários, dependentes e cônjuges, e também para seus trabalhadores terceirizados. Com as devidas comprovações legais e atualizadas os funcionários e/ou servidores terão até 20% de desconto  (para o curso Técnico em Radiologia), e até 15% para os demais cursos até as datas dos vencimentos promocionais. Veja as instituições abaixo:

Receba o Boletim Informativo

Fale conosco