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O papel da Radiologia em Odontologia Legal (Parte 2)

Fonte: KAMEYAMA, M. M., GRUBER, J. O papel da Radiologia em Odontologia Legal. Pesqui Odontol Bras, v. 15, n. 3, p. 263-268, jul./set. 2001.

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DETERMINAÇÃO DA IDADE

O método clássico de determinação da idade de um indivíduo pela velocidade de racemização do ácido aspártico contido em ossos foi aplicado inclusive em Odontologia Legal, por meio da medição dos teores das duas formas enantioméricas deste aminoácido na dentina. No entanto, quase 20 anos depois, estudos mostraram que os resultados são influenciados pelo pH do meio, umidade e outros fatores ambientais, podendo levar a valores errôneos.

As medidas de modificações relacionadas à idade nos tecidos dentais, por análises manuais ou computacionais de radiografias, têm sido empregadas como métodos alternativos para esta finalidade, e com resultados muitas vezes superiores aos médico-legais, uma vez que os elementos dentais são menos susceptíveis a alterações nutricionais, hormonais e patológicas, especialmente em crianças. GONÇALVES; ANTUNES (1999), por exemplo, avaliaram o método de estimativa da idade em crianças baseado no estudo dos estágios de desenvolvimento dos elementos dentários na dentição permanente, observados em radiografias panorâmicas e classificados de acordo com a tabela de cronologia da mineralização dentária proposta por NICODEMO et al.  (1974). Já para adultos, KVAAL et al. (1995) estimaram a idade por meio da determinação radiológica da redução no tamanho da cavidade da polpa dental, causada por depósito secundário de dentina, que é proporcional à idade do indivíduo. Para esta finalidade e para compensar diferenças de ampliação e angulação das radiografias, mediram as razões entre os comprimentos polpa/raiz, polpa/dente, dente/raiz e a largura polpa/raiz em três níveis diferentes.

VALIDAÇÃO

Há, na literatura, inúmeros estudos de validação dos métodos radiológicos empregados em Odontologia Legal. Alguns deles serão descritos, a seguir, de forma resumida.

KOGON; MACLEAN18 (1996) estudaram a validação de radiografias intra-orais em função do tempo decorrido entre exposições ante-mortem e post-mortem. Períodos de até 30 anos foram testados, nos quais houve intervenção odontológica como, por exemplo, substituição de restaurações e extrações. Os autores concluíram, por meio de tratamentos estatísticos de especificidade e sensibilidade do método, que, após um intervalo de 20 anos, a acuidade era reduzida significativamente. Já num outro estudo semelhante, MACLEAN et al. (1994) obtiveram uma acuidade de 93% nos casos estudados com intervalos de tempo de um a 15 anos, envolvendo observadores com diferentes graus de experiência.

Um trabalho inovador foi publicado por BORRMAN; GRONDAHL (1992), que estabeleceram a identidade de indivíduos desdentados, comparando radiografias oclusais da maxila ante- e post-mortem. Doze examinadores com as seguintes qualificações participaram do estudo: seis cirurgiões-dentistas radiologistas, quatro cirurgiões-dentistas especialistas e dois estudantes de Odontologia. O estudo demonstrou que seis dos doze observadores foram capazes de estabelecer corretamente a identidade para todos os 20 casos analisados. Cinco deles eram cirurgiões-dentistas radiologistas e um deles era cirurgião-dentista protesista. Os outros especialistas acertaram entre 3 e 8 identificações, enquanto os dois estudantes, “senior” e “junior”, erraram duas e quatro identificações, respectivamente. Os resultados enfatizam a importância de mais de um especialista forense assinar o formulário de identificação. A pesquisa também mostrou que examinadores com um bom treinamento em Radiologia foram capazes de determinar positivamente a identidade, mesmo em casos onde os dentes não estavam presentes.

Um estudo realizado com crianças de dois grupos etários, num deles comparando radiografias ante- e post-mortem anteriores à perda da dentição decídua (6-9 anos) e outro, comparando radiografias ante-mortem anteriores à perda da dentição decídua e radiografias post-mortem após a erupção de um ou mais dentes bicúspides permanentes (8-11 anos), foi publicado por KOGON et al. (1995). Os autores concluíram que não houve diferenças estatisticamente significativas na sensibilidade, especificidade e acuidade das identificações nos dois grupos etários, tampouco com relação a estudos efetuados em adultos.

CONCLUSÕES

Durante centenas de anos, cirurgiões-dentistas, antropólogos, arqueólogos e paleontólogos basearam-se na forma e condição de dentes encontrados em restos humanos para identificar o sexo, a idade e o estilo de vida. Pouco tempo após a descoberta dos raios X, no fim do século XIX, e ao longo do século XX, a análise de registros dentais acompanhados de radiografias ante- e post-mortem tornou-se uma ferramenta fundamental no processo de identificação em Odontologia Legal. A partir da segunda metade da década de 80 até os dias atuais, o grande avanço tecnológico na área de informática culminou em um refinamento da técnica, por meio da radiografia computadorizada, oferecendo maior acuidade nas identificações, mesmo em indivíduos desdentados, como também na determinação de sua idade.


Mamografia em homens e mulheres

Fonte: Telemedicina morsch
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Mamografia para homem? O câncer de mama também atinge os homens no mundo todo!
Mas em quais situações está indicado mamografia para homem?
No Brasil, ele responde por 25% dos novos casos que são diagnosticados todos os anos da doença entre as mulheres e não tem estatística nos homens.
Quando é detectado precocemente, as chances de cura são altas, ultrapassando a marca de 90%, por isso, é importante que as mulheres realizem os exames preventivos.
Atualmente, o acesso a eles está mais simples mesmo em locais mais afastados dos grandes centros urbanos, por causa da telemedicina e o fato de ela possibilitar análises de laudos à distância.
É recomendado que mulheres façam mamografia pelo menos uma vez por ano, a partir do momento em que completam 40 anos de idade.
Essa é a regra geral, mas pode variar de acordo com cada caso, por exemplo, para aquelas que possuem fatores de risco para o desenvolvimento da doença, como história familiar, não ter tido filhos, o médico pode pedir que o exame comece a ser feito antes, com cerca de 35 anos.
Além disso, também há casos em que é preciso fazer mamografia mais de uma vez por ano. É por isso que realizar o acompanhamento com um ginecologista é fundamental, afinal, ele é quem vai orientar como cada paciente deve proceder para cuidar da sua própria saúde.
A mamografia é feita por meio de um aparelho de raio-X, chamado de mamógrafo. Nos dias de hoje, a versão digital do exame é a mais utilizada, na qual esse raio é convertido em sinal elétrico e depois transmitido para o computador.
Ao contrário da convencional, nesse caso a imagem pode ser salva e recuperada eletronicamente, o que facilita o trabalho das empresas de telemedicina.
Tá, mas e sobre mamografia para homem?
Os homens só procuram recursos de saúde em último caso. O câncer de mama é muito mais agressivo no homem que na mulher, por isso é imprescindível um diagnóstico inicial da doença para ter chance de cura.
Já imaginou a reação quando falamos em mamografia para homem?
Quando está indicado mamografia para homem?
De maneira geral, os sintomas se comparam aos das mulheres e por isso não foi por acaso que primeiro comentei sobre os dados da doença nas mulheres e depois nos homens.
Como a Telemedicina é parceira na entrega do laudo do exame de mamografia?
Normalmente, quem conduz o exame é um técnico de radiologia, e não o médico diretamente.
Assim, depois que as imagens foram obtidas e armazenadas, elas podem ser enviadas para um especialista pela internet, usando uma plataforma de telemedicina na web em nuvem.
Isso tem trazido facilidades especialmente para as clínicas que ficam em regiões periféricas ou no interior, pois nelas o número de especialistas é escasso e eles nem sempre conseguem avaliar todos os exames com agilidade.
Atualmente, os laudos podem ser emitidos a distância, por um médico que trabalhe em outra região, sendo totalmente seguro e confiável.
Outra vantagem que a mamografia digital trouxe foi que o técnico ou o médico consegue trabalhar melhor as imagens por serem digitalizadas, buscando novos focos e ângulos.
Por consequência, a necessidade de produzir uma grande quantidade de imagens diferentes é menor e a paciente fica menos tempo exposta à radiação.
Inclusive, justamente por ser feita com base em radiação, a mamografia raramente é recomendada para mulheres mais jovens, antes dos 30 anos. Quando elas precisam de exames para avaliar as mamas, a ecografia mamária é mais comum.
Enfim, além de detectar precocemente o câncer de mama, a mamografia também mostra lesões benignas, como nódulos e calcificações.
Ela pode ser recomendada para homens, quando  observar o aumento anormal das mamas ou a presença de nódulos, visto que eles também podem ser acometidos por esse tipo de câncer e neste caso é mais agressivo que nas mulheres.
 
 


O papel da Radiologia em Odontologia Legal

Fonte: KAMEYAMA, M. M., GRUBER, J. O papel da Radiologia em Odontologia Legal. Pesqui Odontol Bras, v. 15, n. 3, p. 263-268, jul./set. 2001.

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A identificação pessoal é de suma importância em Medicina Forense, tanto por razões legais como humanitárias, sendo muito frequentemente iniciada antes mesmo de se determinar a causa da morte. Muitos indivíduos são vítimas de homicídios ou encontram-se desaparecidos e a investigação desses casos depende primeiramente da correta identificação. Assim, o processo de identificação passou a ser considerado parte essencial da autópsia forense.

Métodos rotineiros de identificação incluem reconhecimento visual de vestimentas, de objetos pessoais, de impressões digitais, análises de DNA, bem como investigação médica, esquelética, sorológica, de cabelos e de dentes. Outros métodos envolvem impressões labiais e análises específicas de peculiaridades morfológicas da dentição. Na maioria dos casos em que os corpos se encontram decompostos, esqueletizados, fragmentados, queimados ou mutilados por qualquer outra razão, é extremamente comum a dentição estar intacta e fornecer informações preciosas para o processo de identificação. Isto é particularmente verdadeiro no caso de vítimas de incêndios e de desastres em massa. Assim, apesar da grande abundância de técnicas possíveis, as utilizadas em Odontologia Legal são extremamente valiosas para este propósito.

Historicamente, a aplicação da radiologia em ciência forense foi introduzida em 1896, apenas um ano após a descoberta dos raios X por Roentgen, para demonstrar a presença de balas de chumbo na cabeça de uma vítima. SCHÜLLER33 (1921) propôs a possibilidade de se utilizar imagens radiológicas dos seios faciais para fins de identificação. Após essa publicação, muitas outras surgiram; finalmente, em 1927, CULBERT; LAW5 relataram a primeira identificação radiológica completa. SINGLETON (1951) empregou essa técnica num trabalho de identificação de corpos de um desastre em massa. Desde então, cirurgiões-dentistas com treinamento especial e experiência em Odontologia Forense têm sido frequentemente requisitados para colaborar no processo de identificação de corpos individuais e de desastres em massa.

IDENTIFICAÇÃO RADIOGRÁFICA

Radiografia comum

As radiografias intra-orais comuns podem fornecer evidências importantes quando empregadas em Odontologia Forense devido à grande quantidade de informações registradas no filme. Características anatômicas, como tamanho e forma das coroas, anatomia pulpar, e posição e forma da crista do osso alveolar, podem ser muito úteis. Mais importantes ainda são as mudanças causadas por cáries e as restaurações feitas por cirurgiões-dentistas. O tratamento dentário resulta em características únicas e individuais que, na maioria das vezes, são bem visíveis nas radiografias comuns. Assim, a técnica de identificação consiste essencialmente numa comparação entre radiografias tiradas em vida (ante-mortem), arquivadas nos consultórios dentários, com as obtidas após a morte (post-mortem). Um exemplo relativamente recente de três casos de identificação solucionados por esta técnica na Hungria foi descrito por ANGYAL; DÉRCZY (1998).

Radiografia panorâmica

HAZEBROUCQ et al.14 (1993) descreveram dois casos de identificação, empregando uma técnica inédita na época, a qual consistiu na osteotomia das maxilas e mandíbulas. Estas peças foram então submetidas cada uma a radiografias panorâmicas as quais puderam ser comparadas com radiografias ante-mortem arquivadas nos consultórios dos cirurgiões-dentistas das vítimas. Segundo os autores, esta técnica, além de fornecer informações completas para a identificação, também permite a determinação da idade dental em crianças.

Radiografia digitalizada

Até recentemente, a maioria dos materiais usada em restauração dental era metálica e, portanto, radiopaca. As características únicas de cada restauração poderiam ser facilmente observadas em radiografias comuns. A introdução de resinas de baixa densidade, bem como a disseminação do tratamento odontológico profilático, que tem levado a uma redução significativa na incidência de cáries, especialmente em países desenvolvidos, tornaram mais difícil o processo de identificação baseado na técnica radiográfica comum descrita acima.

Paralelamente, o avanço espetacular da microeletrônica e da informática, aliado à redução no custo de equipamentos computacionais, permitiu o desenvolvimento de novas técnicas mais poderosas e confiáveis de comparação de imagens radiológicas com aplicação em Odontologia Legal. Existem inúmeras variações da técnica radiológica digitalizada descritas na literatura, porém, essencialmente, a metodologia consiste nas seguintes etapas: 1) digitalização de imagens radiográficas mediante o emprego de um “scanner”40 ou câmara de vídeo38 ou, ainda, mediante aquisição da imagem diretamente de um sistema de raios X acoplado a um computador; 2) manipulação das imagens por um software adequado, permitindo comparações, seja por superposição39,8, interposição40 ou subtração de imagens.

Essas técnicas modernas permitem comparar com precisão relações espaciais das raízes e das estruturas de suporte dos dentes em imagens ante-mortem e post-mortem39. Há softwares que apresentam recursos de rotação, translação e ajuste de tamanho das imagens, facilitando a correção do posicionamento da radiografia post-mortem em relação à ante-mortem, sem que haja a necessidade de novas exposições. É importante ressaltar que a questão da diferença de geometria entre as radiografias é o principal fator de erro neste tipo de técnica e a correção acima mencionada é fundamental para reduzir o ruído obtido após o processo de subtração de imagens. Estudos estatísticos envolvendo resultados falso-positivos e falso-negativos, bem como das fontes de ruído na técnica de subtração de radiografias digitais, também se encontram na literatura.

Uma aplicação militar interessante, financiada pela Marinha americana, foi descrita por SOUTHARD; PIERCE36 (1986). Radiografias digitalizadas ante-mortem, obtidas em diferentes consultórios dentários, foram arquivadas em computadores portáteis e, após um desastre, transmitidas via “modem” para a localidade do evento para fins de análise forense.


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