Fonte: CANEVARO, L. V.. Aspectos Físicos e Técnicos da Radiologia Intervencionista. Revista Brasileira de Física Médica (Impresso), v. 3, p. 101, 2009.
Desde a década de 1960, os procedimentos intervencionistas com raios X na medicina têm aumentado significativamente e continuam a crescer à medida que técnicas minimamente invasivas, assim como equipamentos com tecnologia cada dia mais sofisticada, vêm sendo desenvolvidos.
Define-se Radiologia Intervencionista (RI) como aqueles “procedimentos que compreendem intervenções diagnósticas e terapêuticas guiadas por acesso percutâneo ou outros, normalmente realizadas sob anestesia local e/ou sedação, usando a imagem fluoroscópica para localizar a lesão ou local de tratamento, monitorar o procedimento, e controlar e documentar a terapia”. Meios de contraste são utilizados para a visibilização de órgãos ou tecidos radiotransparentes na tela de um monitor.
Algumas das vantagens da RI são a possibilidade de realização de procedimentos complexos com cortes cirúrgicos de pequena extensão, a diminuição da probabilidade de infecções, o rápido restabelecimento do paciente, a redução do tempo de internação e a diminuição dos custos hospitalares, tratando-se de uma técnica minimamente invasiva, segura e altamente eficaz.
Entretanto, a RI é uma das especialidades que proporciona as maiores doses a pacientes e profissionais. Em algumas situações, é possível produzir, nos indivíduos, lesões radioinduzidas às vezes severas. Isto porque os tempos de exposição são longos, as taxas de dose são altas, há grandes quantidades de imagens adquiridas, além de inadequada colimação e uso de filtros, entre outras razões.
Devido às suas vantagens, a frequência dos procedimentos de RI tem aumentado rapidamente nos últimos anos. Nos países em que o sistema de saúde é desenvolvido, a média anual de procedimentos em RI, entre os anos de 1991 e 1996, foi de 12,73 procedimentos para cada 1.000 habitantes. Nos países como o Brasil, que não estão inseridos no grupo anterior, a média anual foi de 1,7311. Segundo dados do DATA SUS12, entre 1995 e 2001 houve um aumento de 77,6% na frequência de procedimentos em RI no Brasil, sendo que em 2007 foram realizados 49.729 procedimentos.
Essas técnicas foram originalmente desenvolvidas por radiologistas, no início da evolução das técnicas guiadas fluoroscopicamente; logo em seguida os cardiologistas entraram nesse campo e mundialmente ainda representam a especialidade com maior número de procedimentos. No entanto, a RI foi ‘descoberta’ por muitas outras especialidades de não-radiologistas (urologistas, gastroenterologistas, cirurgiões ortopédicos, cirurgiões vasculares, traumatologistas, anestesistas, pediatras), que, cada vez mais utilizando estas técnicas, vão se tornando ‘intervencionistas’.
Com o aumento das técnicas e da complexidade dos procedimentos em radiodiagnóstico e com o aparecimento de lesões radioinduzidas, e devido ao fato que a maioria destes profissionais teve pouca ou nenhuma formação em proteção radiológica, existe uma necessidade urgente de informá-los sobre os riscos da radiação e como minimizá-los na sua prática quotidiana. Para poder realizar essa tarefa com eficiência, os físicos médicos devem ter conhecimentos sólidos sobre aspectos físicos, técnicos, de proteção radiológica e, principalmente, ter suficiente familiaridade com a prática médica (experiência em hospital). Nessas condições é possível desenvolver programas de garantia e controle de qualidade, assessorar pessoal médico sobre todos os aspectos relacionados à aquisição, reparo, substituição e controle de equipamentos, assim como implementar medidas de proteção radiológica de pacientes e profissionais, e tornar a prática o mais otimizada possível.
Os exames de diagnóstico por imagem, como raios-X, tomografia e ressonância magnética, possibilitaram que os médicos tivessem uma visibilidade com mais definição das estruturas internas dos órgãos.
Condições patológicas antes nem imaginadas que acomete cada paciente, agora esclarecidas, garantindo, por consequência, tratamentos mais eficientes. A redução da mortalidade é nítida para quem tem acesso ao exame.
A medicina evolui junto com a tecnologia, isso permite o constante lançamento de novos exames com mais qualidade e menos risco para os pacientes.
Atualmente, com a telemedicina, eles ganham um alcance ainda maior. Vamos acompanhar nesse artigo tudo sobre o exame e seus benefícios.
O que é Ressonância Magnética?
A ressonância magnética é um exame de diagnóstico por imagem que consegue criar imagens de alta definição dos órgãos internos através da utilização de campo magnético.
A agitação das moléculas gerada pelo campo é captada pelo aparelho e transferido para um computador que foi preparado com uma série de fórmulas matemáticas e com isso, o resultado dos cálculos é decodificado em imagem, sem prejuízo ao paciente.
A ressonância magnética não utiliza radiação ioniazante, porém uma vez que o aparelho tem um potente campo magnético é preciso tomar cuidado para não utilizar elementos metálicos durante o exame como: jóias, objetos metálicos, maquiagem e placas utilizadas por ortopedistas para fixação dos ossos ou até mesmo marcapassos mais antigos.
História da ressonância magnética
As primeiras pesquisas envolvendo a ressonância magnética foram publicadas na década de 50, especialmente por dois grupos de pesquisadores que trabalhavam separadamente. Um deles era liderado por Felix Bloch, na Universidade de Stanford, e o outro era comandado por Edward Purcell, em Harvard.
Os dois estudiosos ganharam o Prêmio Nobel de Física em 1952, reconhecidos pela descoberta de que o núcleo atômico, realizando um movimento de rotação em uma faixa de radiofrequência, é capaz de emitir um sinal detectável por um receptor de rádio.
Com base nesse princípio, a ressonância magnética, cujo nome completo é ressonância nuclear magnética, funciona por meio da criação de um campo magnético e de ondas de radiofrequência que atravessam o corpo do paciente, ao captar as ondas é possível obter informações detalhadas a respeito de órgãos e tecidos internos, tudo isso com imagens de alta definição.
Esse exame foi realizado pela primeira vez em 3 de julho de 1977, mas levou cinco horas para que uma imagem fosse finalmente gerada. E mesmo assim, sua qualidade era bastante baixa, especialmente se comparada às que são obtidas hoje em dia.
Nos anos 1970, os profissionais se organizam, ganham experiência e aumentam a pressão pela regulamentação das técnicas radiológicas no Brasil
Após a criação das sociedades científicas em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul, entre os anos 1950 e 60, os profissionais das técnicas radiológicas do Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina também se organizam em instituições. As lideranças mantinham contato entre si e ajudavam a promover a organização da classe nas demais regiões. Era uma rede complexa, com ramificações em todas as capitais do Brasil. Em 1965, contra todas as dificuldades, conseguem realizar o 1º Congresso Nacional de Técnicos em Radiologia.
Esse encontro científico teve desdobramentos. Em 1966, as sociedades científicas estaduais entram em acordo e fundam a Federação das Associações dos Técnicos em Radiologia do Brasil (FATREB). Tem início um novo ciclo de desenvolvimento.
Em 1971, a FATREB aprova o primeiro Código de Ética da classe. Dois anos mais tarde, depois de consolidar seus eventos nacionais, filia-se à International Society Of Radiographers and Radiological Technicians (ISRRT), em Madrid. Os técnicos brasileiros entram no circuito mundial, trocam experiências com profissionais de todo o mundo e colocam o nome da classe no mapa da Radiologia.
De 3 a 7 de novembro de 1976, aconteceu em São Paulo o IV Congresso Brasileiro de Técnicos em Radiologia. Em Brasília, tramitava um projeto de lei para organizar as atividades profissionais da categoria. Crescia o movimento pela regulamentação da profissão.
A história das técnicas radiológicas no Brasil é uma verdadeira epopeia, cheia de episódios marcantes e personagens inesquecíveis. Um dos capítulos mais interessantes da jornada, sem dúvidas, é a regulamentação da profissão de técnico em Radiologia, que aconteceu depois de onze anos de luta.
Em 1974, o deputado Gomes do Amaral apresentou o primeiro projeto de lei (PL n.º 317/1975, páginas 3.472 a 74 do Diário Oficial), com o objetivo de regulamentar o exercício das técnicas radiológicas no Brasil. Infelizmente, os anos se passaram e a proposta não teve andamento. Tanto que perdeu o objeto e acabou arquivada.
Mas não ficou por isso mesmo. Inconformado com a situação, o técnico em Radiologia Jair Pereira, “O Índio”, resolveu travar uma batalha em defesa da regulamentação. Na época, ele era presidente da Associação dos Técnicos em Radiologia do Estado de Goiás (Atrego) e vice-presidente da Federação das Associações dos Técnicos em Radiologia do Brasil (Fatreb).
Jair formou uma comissão de profissionais goianos e conduziu a elaboração de um substitutivo ao PL do deputado Gomes do Amaral. O texto foi aprovado pela categoria durante o V Congresso Brasileiro de Técnicos em Radiologia, realizado no Recife/PE, e depois oferecido ao Congresso Nacional. Depois de aprovado pelos deputados, seguiu para o Senado Federal.
Para sensibilizar a sociedade e as autoridades, Jair e seus amigos elaboraram a “Carta de Goiânia”, um documento que reivindicava o reconhecimento dos técnicos em Radiologia como profissionais, e não como meros operadores. Esse foi um instrumento importante para dar fôlego ao novo projeto.
Mas, se até aí Jair teve dificuldades, é por que mal sabia que no Senado se daria a verdadeira saga do Índio. “Nosso projeto ficou mais de um ano dormindo na gaveta de um senador, que prefiro nem lembrar o nome. Certo dia, marcamos uma audiência com ele. Fomos eu, meu amigo Rubens Almeida e o companheiro Luis Ludovico, de São Paulo. Eles nos deixou por horas plantados, até que perdi a paciência. Invadi seu gabinete e comecei a bater boca, até que ele chamou os seguranças. Mas eu não saí, continuamos lá discutindo até o final”, conta.
O enfrentamento teve resultado. Depois desse episódio, em 1976, a relatoria do projeto foi redistribuída para o senador goiano Henrique Santillo, amigo de Jair, e as coisas começaram a andar.
Entre 1980 e 86, Jair Pereira foi de Goiânia a Brasília 68 vezes se reunir com autoridades para apressar o andamento da matéria. Segundo suas contas, entre outras viagens, rodou 35 mil quilômetros e gastou Cr$ 22 milhões (aproximadamente R$ 9 mil nos dias de hoje) do próprio bolso para manter o sonho vivo. Ele conseguia o dinheiro das viagens vendendo sucatas de filmes e fixadores.
Quando tudo parecia encaminhado para um final feliz, veio o susto. Numa das idas e vindas à secretaria geral do Senado, para ver o processo de regulamentação da profissão, Jair notou que haviam anexado um ofício da Confederação Nacional da Indústria (CNI) extremamente prejudicial à classe. A classe empresarial havia dado uma cartada pesada para colocar por terra todos os avanços que a categoria tinha conquistado. Diante da situação, o Índio não teve dúvidas, tentou comer o documento.
“Eu olhava para aquele ofício e não acreditava, fiquei azul de raiva. Depois de tanto esforço, não podia aceitar que nossa proposta fosse alterada daquela forma. Foi aí que notei que o processo não era numerado. Num estalo, enquanto estávamos só eu, o Aristides e o Rubens na sala, ranquei a folha e comecei a mastigar. Como era grande demais para engolir, tirei da boca e escondi no bolso. Fiquei com fama de louco”, conta Jair Pereira.
Antes de votar a matéria, o Senado pediu parecer do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) sobre o projeto de lei. Para garantir a integridade da proposta, Jair resolveu ir à consultoria técnica jurídica do MTE saber qual seria o encaminhamento. Depois de apresentar seus argumentos, ouviu os doutores responderem que o posicionamento deles dependia do ministro Murilo Macedo e que não seria possível resolver naquela hora, pois ele estaria de saída para uma viagem. Em outra situação limite, Jair agiu por impulso de novo. Ao ver a autoridade de passagem, ele correu, o segurou pelos braços e disse “o senhor não vai sair sem nos atender, somos trabalhadores sofridos e estamos sufocados”. O ministro sorriu e ouviu a todos gentilmente.
Depois do parecer favorável do MTE, mais um episódio fora da curva serviu para acelerar o processo de regulamentação da profissão. Depois de torcer o tornozelo, Roseana Sarney, filha do então presidente da República José Sarney, foi encaminhada ao serviço médico do Senado Federal. O técnico em Radiologia Oity Moreira Rangel atendeu a ilustre paciente e contou a ela toda a história. No final, pediu a ela que conversasse com o pai sobre o assunto, pois era muito importante para milhares de trabalhadores. Roseana prometeu que o faria.
No dia 29 de outubro de 1985, foi sancionada a Lei 7.394, que regula o exercício de técnico em Radiologia. A norma foi efetivada pelo Decreto n.º 92.790, em 17 de junho de 1986.
Em 4 de junho de 1987, foi instalado o Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER) e, imediatamente a seguir, os seis primeiros Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia (CRTRs): o da 1ª Região (Distrito Federal, Goiás, Pará, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amapá e Roraima), da 2ª (Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão), da 3ª (Minas Gerais e Espirito Santo), da 4ª (Rio de Janeiro), da 5ª (São Paulo) e da 6ª Região (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná).
Por causa do ativismo político que resultou na regulamentação da profissão, Jair conta que ele e seus amigos sofreram perseguição patronal, desemprego, frustrações e acumulam cicatrizes que permanecem até hoje. “O reconhecimento é pouco, me sinto esquecido. Mas não me arrependo, faria tudo de novo. Foram bons anos, ao lado de pessoas que valem a pena”, finaliza.
Com o avançar da idade surgem sensíveis altera- ções no estilo de vida da população idosa, por problemas de saúde ou mesmo pelo processo fisiológico do envelhecimento, que se configura como um processo múltiplo e desigual de comprometimento e decadência das funções que caracterizam o organismo vivo em razão do tempo de vida .
O aumento da expectativa de vida e a diminuição da taxa de mortalidade representam um fenômeno mundial atualmente, acarretando o envelhecimento populacional e trazendo profundas consequências para as políticas sociais, representando um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea.
No Brasil esse quadro não é diferente, e hoje o país já conta com mais de 14,5 milhões de idosos4 . Nessa perspectiva, estimativas indicam-no como sexto colocado em termos de população idosa no ano de 2025, com mais de 30 milhões de habitantes acima de sessenta anos.
As mudanças advindas da terceira idade levam os idosos, em muitos casos, a necessitar de alguém para auxiliá-los em atividades que antes pareciam de simples execução. Dessa necessidade surge a figura de cuidador de idosos, que em muitos casos passa-nos sob um olhar desatento e sem a devida capacitação, resultando em desgaste tanto para o ser cuidado quanto para o cuidador. Entretanto, hoje no país, pouco se conhece do impacto, sobre o sistema de saúde, de idosos que estão dependentes e necessitam de um cuidador. No Brasil, o cuidador não tem seu papel reconhecido, e tal lacuna é um fator a mais a ser considerado no planejamento de políticas públicas de saúde para idosos. Néri e Sommerhalder6 apontam a existência de uma incapacidade funcional como determinante da necessidade de um cuidador. Em países desenvolvidos, a figura do cuidador já é assimilada como parceira da equipe de saúde. Na Inglaterra, estima-se que mais de seis milhões de pessoas sejam cuidadores de indivíduos dependentes, em sua maioria idosos .
Sabe-se que essa parcela da população requer uma atenção especial em razão das condições sociais, mentais, físicas e afetivas nas quais vivem, em muitas das vezes situações de total abandono social8 . Portanto, pessoas que enveredam por essa área de atuação submetem-se, algumas vezes, a condições extremas de desgaste não só físico como emocional. Por isso, é de grande importância uma boa formação técnica fundamentada não só em conceitos teóricos como também em aspectos humanos e éticos.
Pouco se conhece sobre o perfil de cuidadores de idosos, suas necessidades, sua formação. A urgência de se estruturar uma equipe multidisciplinar qualificada com amplo conhecimento geriátrico e gerontológico é iminente, na busca da melhoria da qualidade de vida dos idosos institucionalizados. Este estudo se propõe relatar a percepção dos cuidadores de idosos que atuam em três instituições de amparo ao idoso na cidade de Araçatuba, São Paulo, em relação ao envelhecimento, suas motivações pessoais em buscar trabalho com essa parcela da população, seu relacionamento com o idoso, suas dificuldades durante o trabalho e a satisfação encontrada junto ao idoso.
Parte II
Ao analisar o relato gravado de todos os cuidadores, foram elaborados os discursos do sujeito coletivo de cada questão. Quando os profissionais (cuidadores) foram questionados sobre o significado de envelhecer, surgiram duas ideias centrais, indicando aspectos positivos e negativos do envelhecimento.
DSC
Eu costumo dizer que envelhecer é alguém na vida que tem muita experiência, sabedoria, é chegar numa idade avançada com saúde, mesmo velhinho fazendo tudo! É a realização de alguma coisa que você planejou, de bebê passa para criança, de criança pra adolescente, de adolescente para maior idade e daí, envelhecimento. É chegar numa idade feliz.
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Gostaria de não envelhecer, vai perdendo as forças, enfraquecendo. É um processo que não tem como evitar, da vida, que indica que o tempo chegou e nem sempre tem o amparo dos familiares. É difícil, humilhante, muito triste.
O primeiro tema explorado no DSC coincide com a opinião de Brunetti e Montenegro10, acreditando que o idoso ainda pode ser útil à sociedade com a experiência que acumulou durante a vida.
É possível ter saúde na terceira idade, com isso pode-se desfrutar do que a vida ainda proporciona, respeitando os limites do corpo, claro, porém não excluindo a chance de fazer o que lhe dá prazer. Borini e Cintra ressalvam que participar das atividades de lazer em grupos de terceira idade representa a saída do fundo do poço, traz um sentido para a vida e o próprio renascimento. Então, usufruir de todos os avanços médico-tecnológicos e mesmo da própria mudança de conceitos da sociedade é uma forma de envelhecer com saúde, alegria e bem-estar, excluindo a imagem estereotipada de que com o envelhecimento o idoso fica acamado, à margem da sociedade.
Hazell et al. afirmam que exercícios físicos de resistência para adultos de maior idade, acompanhados de um profissional, são efetivos no aumento da força muscular, o que melhora a atuação dos idosos nas atividades diárias de vida. Isto quer dizer que se o idoso faz algum tipo de exercício físico diário, de preferência orientado por um profissional, ele não vai enfraquecer, pelo contrário: vai manter-se forte o suficiente para realizar suas atividades rotineiras e até outras, como a dança, por exemplo, o que lhe proporciona saúde e bem-estar e, consequentemente, melhoria na autoestima.
É certo que sexo, escolaridade, renda, proximidade com amigos e vizinhos, solidão, qualidade efetiva em relação à família, atividades de lazer, alimentação, cuidado corporal, deambula- ção, motilidade, estado mental, humor, acuidade visual, atividades domiciliares e extradomiciliares são variáveis que se mostram associadas à dependência dos idosos nos aspectos psicossociais e econômicos, aspectos emocionais e atividade de lazer e aspectos fisiopatológicos, como encontrado por Leite. O aspecto psicológico deve ser muito bem trabalhado com o idoso, pois muitas vezes existem, de fato, o abandono da família e a solidão, o que pode acarretam um estado depressivo. Segundo Irigaray e Schneider, a depressão é um dos problemas psiquiátricos mais comuns e importantes em idosos e caracteriza–se como um distúrbio da área afetiva ou do humor, que exerce forte impacto funcional em qualquer faixa etária. É de natureza multifatorial, que envolve numerosos aspectos de ordem biológica, psicológica e social, e vivenciada muitas vezes como tristeza, saudade, angústia e desânimo. No entanto, não é necessariamente uma morbidade integrante da velhice.
De nada adianta a família internar o idoso na melhor instituição de terceira idade se a saúde mental do ancião não é preservada. A saúde mental interfere muito na saúde geral, ao passo que, por mais que o idoso apresente todas as condi- ções de ter uma vida saudável e segura, se ele não tem carinho, diversão, emoção e alegria, não tem ânimo para desfrutar de nada. Essa é a situação que os cuidadores de idosos deste estudo observam de perto a cada dia de serviço. Eles têm a percepção de que a tristeza, a solidão e o abandono não permitem que dias ensolarados sejam bem aproveitados, que as flores do jardim tenham beleza e que o palhaço do circo tenha sua graça para o idoso esquecido, principalmente porque é dessa forma “triste e humilhante” que esses profissionais consideram o envelhecimento. A falta de ânimo leva o idoso a se abandonar, até o ponto de recusar a higiene do próprio corpo.
Mas existem tratamentos assistidos por profissionais que podem ajudar a envelhecer sem se ficar deprimido. De acordo com Moraes et al., a prática de exercícios físicos por indivíduos idosos depressivos sem comorbidades é capaz de promover a prevenção e a redução dos sintomas depressivos. Ou seja: a tristeza, a depressão, a solidão e a falta de exercícios físicos são fatores dependentes da força de vontade de cada individuo. Porém, em casos de pensamentos pejorativos, o idoso pode ser assistido por profissionais, tais como psicólogo, psiquiatra, fisioterapeuta, personal trainer, cirurgião-dentista, entre outros, para reverter o quadro e envelhecer com bemestar e qualidade de vida.
Um passeio matinal ou uma atividade artesanal acompanhados de pessoas queridas, brincadeiras com crianças e animais de estimação podem elevar o ponteiro da felicidade e isso garante a satisfação e o ânimo em viver, isto é: assim que se observa um comportamento pejorativo no ancião, deve-se estimulá-lo a realizar atividades que lhe proporcionem prazer e alegria, e esse estí mulo funciona melhor quando é dado por alguém por quem o idoso tenha muita estima. Alguns dos cuidadores entrevistados tentam preencher esse vazio, em um curto e raro tempo de folga durante o serviço. Em algumas das instituições-alvo desta pesquisa, foi possível observar que as atividades de lazer são mais frequentes e mais intensas; em outras, a visita de pessoas do terceiro setor (voluntariado), bem como o empenho delas em praticar artesanato e lazer com os internos, é o que mais lhes proporciona o bem-estar.
Em 2004, Gazalle et al. já alertavam que a depressão nos idosos era pouco investigada em ambientes clínicos e sugeriam que os médicos ficassem mais atentos aos sinais da doença e recebessem treinamento adequado no monitoramento de depressão nesse grupo etário. Mas além da depressão, as alterações fisiológicas, psicológicas, sociais e até as alterações de memória podem ser observadas diariamente no cuidado do idoso. Assim, é importante que o cuidador de idoso tenha principalmente habilidade e satisfação em trabalhar com o ancião, pois caso contrário não tem sensibilidade suficiente para enxergar e compreender tal situação, tampouco de observar a necessidade de cuidados específicos ou indicar profissionais especializados. Não ter noção do que é envelhecer é vendar os olhos para si no futuro. Talvez seja por essa suposta falta de interesse pessoal que, ao serem questionados sobre as maiores dificuldades do envelhecimento, os cuidadores tenham enfatizado as dificuldades físicas, psicológicas e aquelas encontradas durante o cuidado com o idoso.
Aumentou o número de empresas conveniadas e/ou parceiras do CENIB que incluem benefícios em forma de descontos em todos os cursos para os seus funcionários, dependentes e cônjuges, e também para seus trabalhadores terceirizados. Com as devidas comprovações legais e atualizadas os funcionários e/ou servidores terão até 20% de desconto (para o curso Técnico em Radiologia), e até 15% para os demais cursos até as datas dos vencimentos promocionais. Veja as instituições abaixo: